RESILIENCIA
ATRIBUTOS DA RESILIENCIA - TEXTO COMPLETO EM:
Introspecção - capacidade de
autocrítica, observar-se a si mesmo e ao entorno, fazer questionamentos menos
superficiais e mais sistêmicos e amplos para termos respostas mais pertinentes
e eficazes.
Independência - capacidade para
ver objetivamente os problemas e situações e estabelecer limites sem forçar-se
a desmotivação ou influenciar-se negativamente atrapalhando os planos.
Moralidade – dar sentido
transcendente às situações, desejar aos outros o bem próprio.
Conexões – capacidade para
brindar
Definição de: Resiliência segundo a física
Segundo a física, a resiliência
é a capacidade
de um material absorver energia mecânica em regime elástico, ou seja, um
material resiste à energia mecânica absorvida, e, em seguida, de readquirir a
forma original quando retirada a carga que provocou a deformação. Quanto mais
resiliente for o metal, menos frágil este será.
O
dicionário de língua portuguesa de autoria de Ferreira (1999), conhecido como
Novo Aurélio,
diz que, na Física, resiliência “é a propriedade
pela qual a energia armazenada em um corpo
deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora
duma deformação elástica”. No sentido figurado,
o mesmo dicionário aponta o termo como “resistência
ao choque”. O dicionário de língua inglesa Longman
Dictionary of Contemporary English (1995)
oferece duas definições de resiliência, sendo a primeira:
“habilidade de voltar rapidamente para o seu usual
estado de saúde ou de espírito depois de passar por
doenças, dificuldades etc.: resiliência de caráter”1.
A segunda explicação para o termo encontrada no mesmo dicionário afirma que resiliência “é a habilidade de uma substância retornar à sua forma original quando a pressão é removida: flexibilidade”2. Como se pode ver, os dois dicionários apontam para conceituações semelhantes e ao mesmo tempo divergentes, pois no dicionário de português a referência é feita apenas à resiliência de materiais, e mesmo no sentido figurado, nada é especificamente claro para a compreensão do que seja a resiliência quando se trata de pessoas. Já o dicionário de inglês confirma a prioridade ou maior familiaridade para o uso do termo em fenômenos humanos, apontando em primeiro plano a definição neste sentido.
Resiliência é freqüentemente referida por processos que explicam a “superação” de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações (Yunes & Szymanski, 2001, Yunes, 2001, Tavares, 2001). Por tratar-se de um conceito relativamente novo no campo da Psicologia, a resiliência vem sendo bastante discutida do ponto de vista teórico e metodológico pela comunidade científica.
Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenômeno comum e presente no desenvolvimento de qualquer ser humano (Masten, 2001), e outros enfatizam a necessidade de cautela no uso “naturalizado” do termo (Martineau, 1999; Yunes, 2001). Na língua portuguesa, a palavra resiliência, aplicada às ciências sociais e humanas, vem sendo utilizada há poucos anos. Neste sentido, seu uso no Brasil ainda se restringe a um grupo bastante limitado de pessoas de alguns círculos acadêmicos. Muitos profissionais da área da Psicologia, da Sociologia ou da Educação nunca tiveram contato com a palavra e desconhecem seu uso formal ou informal, bem como sua aplicação em qualquer das áreas da ciência.
A segunda explicação para o termo encontrada no mesmo dicionário afirma que resiliência “é a habilidade de uma substância retornar à sua forma original quando a pressão é removida: flexibilidade”2. Como se pode ver, os dois dicionários apontam para conceituações semelhantes e ao mesmo tempo divergentes, pois no dicionário de português a referência é feita apenas à resiliência de materiais, e mesmo no sentido figurado, nada é especificamente claro para a compreensão do que seja a resiliência quando se trata de pessoas. Já o dicionário de inglês confirma a prioridade ou maior familiaridade para o uso do termo em fenômenos humanos, apontando em primeiro plano a definição neste sentido.
Resiliência é freqüentemente referida por processos que explicam a “superação” de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações (Yunes & Szymanski, 2001, Yunes, 2001, Tavares, 2001). Por tratar-se de um conceito relativamente novo no campo da Psicologia, a resiliência vem sendo bastante discutida do ponto de vista teórico e metodológico pela comunidade científica.
Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenômeno comum e presente no desenvolvimento de qualquer ser humano (Masten, 2001), e outros enfatizam a necessidade de cautela no uso “naturalizado” do termo (Martineau, 1999; Yunes, 2001). Na língua portuguesa, a palavra resiliência, aplicada às ciências sociais e humanas, vem sendo utilizada há poucos anos. Neste sentido, seu uso no Brasil ainda se restringe a um grupo bastante limitado de pessoas de alguns círculos acadêmicos. Muitos profissionais da área da Psicologia, da Sociologia ou da Educação nunca tiveram contato com a palavra e desconhecem seu uso formal ou informal, bem como sua aplicação em qualquer das áreas da ciência.
Por outro lado, profissionais das áreas
da Engenharia, Ecologia e Física, e até mesmo
da Odontologia, revelam certa familiaridade com
a palavra, quando ela se refere à resistência de materiais.
Nos diferentes países da Europa, nos Estados
Unidos e no Canadá, a palavra resiliência vem
sendo utilizada com freqüência, não só por profissionais
das ciências sociais e humanas, mas também
em referências da mídia a pessoas, lugares, ações
e coisas em geral. Uma pesquisadora canadense
(Martineau, 1999) cita, em seu importante
trabalho de doutorado sobre resiliência, alguns
exemplos das contradições deste uso coloquial,
quando pessoas famosas são consideradas
“resilientes” pela mídia tanto por tolerarem
como por terminarem seus casamentos.
Pessoas
ou coisas (desde pneus de carros até cremes
para a pele) que tanto resistem como provocam
mudanças também são descritas como “resilientes”
nos comerciais de jornais ou TV. Em diálogos
informais, as pessoas classificam-se como “resilientes”
ou “não resilientes”, o que sugere uma “objetificação”
ou “coisificação” do conceito.
Origens
do conceito
A
noção de resiliência vem sendo utilizada há muito
tempo pela Física e Engenharia, sendo um de
seus
precursores o cientista inglês Thomas Young, que, em
1807, considerando tensão e compressão, introduz
pela
primeira vez a noção de módulo de elasticidade.
Young
descrevia experimentos sobre tensão e compressão
de barras, buscando a relação entre a força que
era aplicada num corpo e a deformação que esta força
produzia. Esse cientista foi também o pioneiro na análise
dos estresses trazidos pelo impacto, tendo elaborado
um método para o cálculo dessas forças (Timosheibo,
1983). Silva Jr. (1972) denomina como resiliência
de um material, correspondente a determinada
solicitação, a energia de deformação máxima
que ele é capaz de armazenar sem sofrer deformações
permanentes.
Dita de uma outra maneira, a resiliência
refere-se à capacidade de um material absorver
energia sem sofrer deformação plástica ou permanente.
Nos materiais, portanto, o módulo de resiliência
pode ser obtido em laboratório através de medições
sucessivas ou da utilização de uma fórmula matemática
que relaciona tensão e deformação e fornece
com precisão a resiliência dos materiais. É importante
ressaltar que diferentes materiais apresentam diferentes
módulos de resiliência.
A
resiliência como um construto psicológico
Em
Psicologia, o estudo do fenômeno da resiliência
é relativamente recente. Vem sendo pesquisado
há cerca de trinta anos, mas apenas nos últimos
cinco anos os encontros internacionais têm trazido
este construto para discussão. Sua definição não
é clara, tampouco precisa quanto na Física ou na Engenharia,
e nem poderia sê-lo, haja vista a complexidade
e multiplicidade de fatores e variáveis que
devem ser levados em conta no estudo dos fenômenos
humanos.
Os
precursores do termo resiliência na Psicologia
são os termos invencibilidade ou invulnerabilidade,
ainda bastante referidos na literatura.
Vários autores (Masten & Garmezy, 1985;
Rutter, 1985; Werner & Smith, 1992) relatam que
“em 1974, o psiquiatra infantil E. J. Anthony introduziu
o termo invulnerabilidade na literatura da
psicopatologia do desenvolvimento para descrever
crianças que, apesar de prolongados períodos
de adversidades e estresse psicológico, apresentavam
saúde emocional e alta competência” (Werner
& Smith, 1992, p. 4).
Alguns anos depois, já
se discutia a aplicação do termo, que parecia sugerir
que as crianças seriam totalmente imunes a qualquer
tipo de desordem, independentemente das circunstâncias.
Como afirmaram Masten e Garmezy (1985):
“um termo menos olímpico como resiliência
ou resistência ao estresse, se fazia necessário”
(p. 12). Segundo Rutter (1985, 1993), um
dos pioneiros no estudo da resiliência no campo da
Psicologia, invulnerabilidade passa uma idéia de resistência
absoluta ao estresse, de uma característica
imutável, como se fôssemos intocáveis
e sem limites para suportar o sofrimento.
Rutter
(1993) considera que invulnerabilidade passa
somente a idéia de uma característica intrínseca
do indivíduo, e as pesquisas mais recentes
têm indicado que a resiliência ou resistência
ao estresse é relativa, que suas bases são tanto
constitucionais como ambientais, e que o grau de
resistência não tem uma quantidade fixa, e sim, varia
de acordo com as circunstâncias (Rutter, 1985).
Resiliência e invulnerabilidade não são termos
equivalentes, afirmam Zimmerman e Arunkumar
(1994). Segundo estes autores, resiliência
refere-se a uma “habilidade de superar adversidades,
o que não significa que o indivíduo saia
da crise ileso, como implica o termo invulnerabilidade”
(p. 4). Apesar destas considerações,
é esta versão inicial de resiliência como
invulnerabilidade ou resistência às adversidades
que ainda vem orientando a produção científica
de muitos pesquisadores da área. Tal perspectiva
tem dado lugar à construção de um conceito
que define a resiliência como um conjunto de
traços e condições que podem ser replicados, conforme
afirma Martineau (1999)
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