TRANSPORTE E ECONOMIA VERDE

Relação e soluções segundo o Vision 2050 e outros estudos

A mobilidade nas cidades oferece uma série de oportunidades de incremento da economia verde, na medida em que o planejamento urbano integra os deslocamentos ao ambiente socioeconômico e cria informação per capita sobre as demandas por transporte. São necessários mais veículos eficientes, inovação na forma de montagem e criação de materiais mais leves, investimentos em pesquisa e capacitação, criação de um novo mix de formato de veículos e gestão de tráfego por meio de sistemas inteligentes de transporte (SIT).

As oportunidades de negócios a partir da melhoria da mobilidade das cidades passam pelas parcerias público-privadas para superação de déficits  financeiros em cidades de rápido crescimento e em países, como o Brasil, em desenvolvimento.  As PPPs necessitam de vigilância, governança, controle e coordenação para a construção de sistemas de transporte integrados.
OBJETIVOS DA ECONOMIA VERDE NO SETOR DE TRASNPORTE
Caminhos para os negócios
Os objetivos da economia verde voltada para o setor de transportes devem possibilitar acesso confiável a quase toda a população (acesso universal), que seja de baixo custo e eficiente, com veículos adaptados às necessidades individuais e à regulação ambiental, que deve prever e estimular produção de veículos de emissão zero e silenciosos, como híbridos plugin, elétricos e de célula de combustível, que necessitam de estações de recarga diferentes das existentes hoje e comunicação, que possibilitem perfeita interação carros/centros de operação e rede de energia.

 Aspectos relevantes internacionalmente
No projeto internacional chamado **Vision 2050** - criado a partir de 29 empresas globais associadas ao Word Business Council for Sustainable Development (WBCSD), consultores, especialistas, múltiplos setores com fundamentação em estudos da ONU e de outras instituições – obteve-se um panorama de como estará a população e o planeta daqui a quatro décadas.


O tema transporte foi mencionado usando-se o termo “mobilidade”. No estudo foi apresentado um quadro informando que “tarefas” até 2020 deveriam ser cumpridas para alcançar o objetivo em 2050, o de se ter uma realidade econômica diferente, com baixa emissão de carbono. Mesmo com 9 bilhões de pessoas, a humanidade deverá viver bem e dentro dos limites do planeta.

O que se almeja alcançar na área de mobilidade, segundo o estudo internacional é:

  1. ·         acesso praticamente universal a mobilidade;
  2. ·         infraestrutura;
  3. ·         informações confiáveis;
  4. ·         formas de transporte seguras para a população e com pouca emissão de carbono.
As “tarefas” que deverão ser realizadas visando estes objetivos são: ações urgentes, radicais e sistêmicas que deverão atingir vários setores e diferentes parceiros. Entre estas ações devem estar previstas:

  • ·         a criação de normas para biocombustíveis;
  • ·         investimento em infraestrutura;
  • ·         soluções de transporte integradas;
  • ·         trens de força mais eficientes.
Ou seja, criação de uma mobilidade mais inteligente por meio de uma abordagem integrada, com inovação e interação com consumidores e usuários.
Como o estudo prevê que a população e a demanda por transporte mais que dobrará até 2050, será necessário que pessoas e transportes sejam geridos por tecnologias de informação e comunicação (TIC) muito eficientes, baixando assim os níveis de acidentes e impactos ambientais, com os novos processos as emissões de CO2 seriam reduzidas a 30% a 40%.
Haverá, portanto, toda uma forma diferente e inovadora de economia que abastecerá a mobilidade daqui a quatro décadas. A economia verde será impulsionada pela implantação de veículos elétricos e aviões mais eficientes, com o desafios de formar e capacitar profissionais para operá-los e criá-los, consertá-los. Os materiais deverão ser fabricados objetivando serem mais leves, com aerodinâmica e motores mais eficazes que captem o CO2 que seria emitido (onboard). O resultado será a redução em quase 80% na intensidade das emissões e cidades mais inteligentes.
DIVERSIFICAÇÃO DOS VEÍCULOS E ENERGIAS DE ABASTECIMENTO
A diversificação dos tipos de transporte também incrementarão esta nova economia, o frete rodoviário, aéreo e marítimo, por exemplo serão estimuladas, terminando com a prática da volta de navios vazios, assim serão  implementados combustíveis alternativos, desde que haja incentivos governamentais à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação dessas tecnologias para produção de biocombustíveis sustentáveis, hidrogênio e energia elétrica produzida por fontes mais limpas, assim como aqueles por geração fotovoltaica e eólica, fusão nuclear, novas formas de energia que demandam novas formas de distribuição, estações avançadas de abastecimento.
Tudo isso cria um sistema inteligente de transporte (SIT) que orientará o usuário final a fazer boas escolhas e a usarem os veículos de forma mais eficiente, estimulando mudanças de comportamento a partir de um planejamento urbano integrado e que estimule esta mudança, simplesmente porque torna a vida mais fácil, econômica e gerando menos impacto ambiental.
Algumas estimativas sugerem que serão necessários investimentos na ordem de 40 trilhões de dólares para alavancar esta economia verde na área de infraestrutura urbana em todo o mundo.
A aplicação de estímulos verdes nos países na área de eficiência energética que é o que está diretamente ligado ao setor de combustíveis chega a 64% sendo destes, 25% voltados para transporte ferroviário e 4% estímulo a produção de veículos de baixo carbono*.
Os governos oferecem estímulo para emprego verdes no setor de transporte na Indonésia, Austrália, Canadá, China e Japão*
*Fonte: OIT, IL:Relatório Skills for the Green Jobs.
Aspectos relevantes do transporte nacional
No Brasil, há necessidade de adaptação da infraestrutura construída existente. O país tem a oportunidade de planejar a partir do zero, já que nos próximos anos viverá um momento de destruição e reconstrução da área urbana, para recebimento dos mega eventos esportivos previstos para 2014 e 2016.

O Brasil vive um momento de oportunidades. Há muito o que ser construído para a transformação e adaptação das cidades para a Copa do Mundo e às Olimpíadas. Tal demanda traz oportunidades de negócios em todos os setores envolvidos na infraestrutura, mas também faz aumentar a frota de veículos, carros, caminhões, navios e aviões.
STARTUP brasileiro

Como todo este processo de produção está começando no país há ainda tempo para implementação de modelos de produção mais limpos e  tecnologias que trabalhem para reduzir as emissões de GEEs e outros poluentes desses novos veículos e mega obras.
Para isso são necessários incentivos e regulação, novos trens de força, que utilizem combustíveis alternativos e criação de uma planta de recarga e abastecimento, criando um ambiente de conexão entre os diversos veículos, infraestrutura, por meio de um moderno SIT o que fará aumentar a efeciência e a capacidade das operações.
O QUE JÁ É REALIDADE NO BRASIL E NO MUNDO
Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Polo Pré-Sal da Bacia de Santos - Exploração do pré-sal estimula instalação de novos estaleiros e inicia operações de diverso tipo nas áreas de entorno;
Práticas de reduções emissões – a COMISSÃO INTERMINISTERIAL DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS incentiva a “reinvenção da roda nos moldes” do que acontece na Europa. De acordo com dados da ONU, a melhoria de eficiência de equipamentos poderia reduzir pela metade as emissões de fuligem e metano na produção de materiais que consomem muita energia, como aço, alumínio. A reutilização de peças, no lugar de derretê-las para a reciclagem gasta menos. Se gasta menos, usando menos recursos naturais, isso significa lucro.
Departamento de Engenharia da Universidade de Cambridge oferece seis propostas para produzir mais com menos aço e alumínio, usados na fabricação de veículos,ou seja a pesquisa pode ser estendida para o setor de transportes:
1)    Usar menos metal – menos metal, com melhor design, diversifação das placas de aço no processo de produção das chapas;
2)    Produzir com eficiência – 25%do aço e 40% do alumínio nunca são transformados em produtos, são sobras, a indicação é fazer chapas em formatos mais preciso;
3)    Reaproveitamento de sucatas – reciclá-las significa gastar energia para derretê-las, ao invés disso a pesquisa indica reuso por industrias de produção de peças menores;
4)    Usar velhos componentes – vigas de edifícios demolidos podem ser reusadas;
5)    Estender a validade de produtos – estimular a obsolescência planejada, os fabricantes cobrariam taxa de manutenção, um indicador econômico atraente;
6)    Reduzir o consumo – indicadores de bem-estar sinalizaram há poucas razões parasermos menos felizes se consumíssemos menos.
O problema da expansão das motos no país;
Eike desiste de construir estacionamento no Aterro do Flamengo, além de afetar o tombamento do local, o estacionamento que seria para 1.500 carros acabaria afetando a área que é destinada ao lazer e provas esportivas. O estacionamento superlotaria o local;
No Rio de Janeiro, gestão ineficiente na área de transportes ocasiona 6 mortos e 127 feridos no ano de 2011, bondinho de Santa Tereza e barcas de travessia Niterói/Rio.
Vias do Centro e Copacabana têm problemas com explosão de bueiros da CEG;
MECASNISMOS DE CRÉDITO DE CARBONO  criado pela PEUGEOT – projeto da Peugeot existe há treze anos e só em 2011 conseguiu aprovação da ONU para comercialização dos créditos de carbono. O reflorestamento de uma fazenda em Cotriguaçu, noroeste do Mato Grosso deverá assegurar recursos na ordem de 2,4 milhões de reais para o projeto. A montadora investiu 24 milhões de reais. A Peuget quer compensar 110 mil toneladas de CO2 emitidos, mantendo a reserva por 40 anos. É uma experiência em escala inédita no mundo;
Brasil é o quinto maior em vendas de veículos no mundo, a China lidera o setor e os EUA são o segundo;
Revolução nos trilhos – início das obras da linha do aeromóvel de Porto Alegre, que ligará o aeroporto internacional Salgado Filho a estação de trens urbanos, tudo por conta da Copa do Mundo de 2014. Término da obra previsto para julho de 2012 com custo estimado de 33 milhões de reais;
Nova era dos caminhões brasileiros – a partir de 2012 montadoras de veículos comerciais brasileiras só poderão fabricar veículosEuro V que exige um diesel com 50 PPM de enxofre para poder rodar. Por este motivo os caminhões terão reajuste de 8 a 20% nos preços. As mudanças na legislação determinaram também a venda de caminhões mais leves para poderem trafegar nas cidades;
Créditos de carbono – comércio estimula a troca de combustível fóssil no país – em jun/2011 9,2% foi o percentual da troca de combustível fóssil visando créditos de carbono – Brasil é o terceiro em projetos deste tipo – fonte – Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação.



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